No fim da tarde de um sábado chuvoso, em 02 de julho de 1997, Vanderlei
Seki e Marco Antônio Lopes Filho, após confabularem demorada e filosoficamente
sobre a importância da cerveja tomada bem gelada num copo de requeijão;
chegaram a conclusão de que não existe lá muito sentido para as questões
exóticas, esotéricas, estrambóticas e escalafobéticas da vida e, já que não
podiam fazer mesmo nada a respeito, abriram uma outra garrafa e decidiram
formar uma banda de rock.
Naquela mesma noite, apresentado por Marco Antônio, vugo Quinho; o
talentoso guitarrista Kauê Ferazim Guerrero, juntou-se a banda.
No final de agosto, o estriquinador de baquetas,Sandro Figueiredo da Silva, assumiu a bateria; com
isso, Quinho ficou com o contra-baixo e coube a Vanderlei as composições e o
vocal, estava assim formada a banda paulistana Morangos com Pistache.
A primeira música do grupo foi Colisão, seguindo-se as canções, pela
ordem de criação? Sublime Biquíni, Ignição, Desarme, Churros ou Carinho, Nunca
é Hora de Partir, Evelise, Um Vazio na Paisagem e Made in Brasília.
A única gravação com esse quarteto, aconteceu em 19 de abril de 1998,
onde essas 09 músicas foram registradas numa fita cassete 3M, gravada no
estúdio Altenoise.
Vale salientar a presença de Vinícius Zotelli, na época guitarrista e uma
espécie de quinto elemento que, embora não tenha feito parte da banda, ajudou
nos arranjos de algumas músicas desse período.
Com as saídas de Sandro e Quinho, a banda passa por profundas
reformulações, as músicas ganham letras mais politizadas e arranjos mais
elaborados e progressivos. Durante um bom tempo, somente Kauê e Vanderlei
desenvolvem as composições, e os Morangos quase chegam ao seu final.
Após essa fase de transição, no segundo semestre de 1998, entram para o
time, o baterista Samuel Silva Hernande e o baixista Fernando Alves Palmiéri.
Samuel permanece apenas por três meses, sendo substituído pelo baterista
Jeremias Francisco Tôrres, em janeiro de
1999.
Em meados de fevereiro a banda ganha um toque de charme com a entrada da
guitarrista Juliana Menem Barusco. Dessa segunda fase são as músicas:
Realidade Virtual, Móbiles Coloridos, Dama das Sombras, Lúgubre Limiar,
Onomatopéicamente Estrubungado, Abismo Absoluto, Sangrando, Uma
Garota muito Especial e Não há Honra.
Aqui um pequenino colchete para
registrar que, nesse período, entre a saída de Samuel e as entradas de
Juliana e Jeremias, o trio Kauê, Vanderlei e Fernando, participaram de um
evento na Escola de Música Ad Libitum, e criaram três composições: Nenhum Sinal
de Ontem, Altas Ondas vão Rolar e Crepúsculo de Outono, (um arranjo feito para
uma poesia de Manuel Bandeira).
A terceira fase dos Morangos é marcada pela saída de Jeremias e,
posteriormente, Fernando.
O baterista Sandro retorna e, após seis meses testando vários baixistas,
Vinícius Zotelli assume improvizadamente o instrumento. O que era para ser uma
formação provisória, acaba durando um ano e dois CDs Demos.
Poucas músicas são compostas, uma vez que a prioridade era gravar as
músicas já feitas.
São desse período as músicas: A Vida é uma Devoradora de Homens,
Impunidade Não Mais, Dissonata Singular e Resistência.
Em maio de 2001, após divergências ideológicas entre Vanderlei e Kauê, a
banda se desfaz.
Em abril de 2003, Vanderlei remonta os Morangos.
A quarta formação conta com Sandro na batera e os guitarristas Pedro
Pimentel, Edgar Luiz Chaves e Paulo Roberto de Oliveira Souza; porém, a
maldição dos baixistas continua. Entre os inúmeros baixistas que passaram pelo
grupo, no decorrer dos dois anos com essa formação, merecem relevância: Marco
Antônio Fagamelo, o popular Salsicha, Michel Siqueira e Wagner Wilson. Apesar
de nenhum deles ter participado das novas composições do grupo, tiveram
participações em shows dos Morangos.
São desse período as canções: Dias em Nitescência, Tájila e A Lei do Aço.
Em março de 2005 a banda novamente se dispersa, retomando as atividades
em 2006, apenas para gravar um CD experimental.
Gravado em um estúdio caseiro, o álbum
intitulado Resistência, é o primeiro trabalho da dupla Pedro Pimentel e
Vanderlei Seki.
Empolgado pelo resultado do trabalho, Vanderlei tenta refazer novamente
os Morangos. A quinta formação trás os guitarristas Pedro Pimentel e Evandro
Semedo, Vinícius Zotelli no baixo e Fábio Thomazi na bateria; mas por
incompatibilidade de agendas para os ensaios, o projeto dura apenas sete meses.
Ao longo dos 16 anos seguintes, Vanderlei Seki e Pedro Pimentel
desenvolvem vários trabalhos em conjunto; até que em 2023, retomam o projeto
dos Morangos com Pistache. O álbum A Vida é uma Devoradora de Homens, é
considerado pela dupla, tecnicamente, o primeiro disco de fato dos Morangos.
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